Fraternidade Ortodoxa
S ã o N i c o l a u
Eparquia da Igreja Ortodoxa da Gália para o Brasil
Manaus | Amazonas
NOSSAS ATIVIDADES
Uma das características que nos une como comunidade de fé é a vivência dos Mistérios da vida de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Assim, seguindo o caminho do nosso Calendário Litúrgico, aproveitamos cada momento para nos encontrar, rezar juntos, estudar e meditar naquilo que Deus tem reservado para a vida de cada um e cada uma.
Acompanhe nosso Calendário de Atividades para os próximos meses e junte-se à nós.
Próximos eventos
- dim. 15 janv.Encontro on-line pelo Google Meet15 janv. 2023, 17:00 – 18:30 UTC−4Encontro on-line pelo Google Meet
- sam. 27 nov.Capela do Colégio La Salle27 nov. 2021, 17:30 – 19:00 UTC−4Capela do Colégio La Salle , Av. Dom Pedro I, 151 - Dom Pedro, Manaus - AM, 69040-690, Brasil
- dim. 10 oct.Google Meet10 oct. 2021, 09:29 UTC−4Google Meet
- dim. 12 sept.Google Meet12 sept. 2021, 17:00 – 18:30 UTC−4Google Meet
- dim. 29 aoûtGoogle Meet29 août 2021, 17:00 – 19:30 UTC−4Google Meet
- dim. 01 aoûtGoogle Meet01 août 2021, 17:00 – 18:30 UTC−4Google Meet
- 27 juin 2021, 17:00 UTC−4Google MeetDando continuidade à programação do nosso Grupo de Estudos, aprofundaremos um dos temas abordados no encontra passado. Do livro "A Fé Viva da Igreja", do filósofo e teólogo ortodoxo grego, Christos Yannaras, estudaremos o Capítulo 4: Dogma e Heresia (Os limites da experiência; Apofatismo; Linguagem
- dim. 13 juinGrupo de estudo online13 juin 2021, 17:00 UTC−4Grupo de estudo online13 juin 2021, 17:00 UTC−4Grupo de estudo onlineEstudo do artigo: "O realismo ontológico de nossas esperanças no futuro: Conclusões de São Máximo, o Confessor", de autoria do filósofo e teólogo ortodoxo grego, Christos Yannaras. Condução deste estudo: Ir. Felipe Rocha, teólogo, professor, pesquisador e seminarista de nossa Igreja.
As atividades poderão sofrer alterações conforme a necessidade.
CALENDÁRIO DE ATIVIDADES
Novembro - Dezembro 2020
Fevereiro a Maio 2021
O ÍCONE BIZANTINO DA RESSURREIÇÃO
Na tradição bizantina, conhecem-se duas representações iconográficas da ressurreição de Cristo: a da descida aos infernos, ou “Anastasis”, que remonta ao século VIII, e a do túmulo vazio. Esta foi desde muito cedo ligada liturgicamente à memória das mulheres “mirróforas” (que transportavam a mirra para cuidar do corpo de Jesus), que a tradição bizantina celebra no segundo domingo após a Páscoa, enquanto que a “Anastasis” é considerada a verdadeira evocação da ressurreição.
Esta iconografia funda-se no evangelho apócrifo de Nicodemos (século IV), segundo o qual Cristo penetrou no mundo dos infernos e nele tudo esmagou; os demônios reconhecem a sua derrota, Cristo entrega Satanás ao poder do Inferno e extrai Adão para a sua luz deslumbrante. Alguns elementos da representação pictórica podem ser igualmente referenciados na Bíblia (Jó 25,5-6; Os. 6,1-12; Is. 33,9-11; 1 Pd. 3,19; Ef. 4,9-10).
O ícone que apresentamos faz parte da coleção Abou Adal. Foi pintado por Youssef Al-Musawwer em 1645. Tem 81 cm de altura e 63 de largura. Contém a inscrição “H ANACTACIC” (a ressurreição). Pode ler-se sobre o fundo dourado, ao alto, uma dedicatória em árabe que nos dá indicações sobre a doação do ícone, o nome do bispo, a data e o nome do pintor. Podemos supor que a obra foi oferecida pelo próprio pintor, fiel melquita, à sua igreja paroquial, durante o episcopado de Malātyūs Al-Za’īm, bispo de Aleppo entre 1635 e 1647, ano em que foi eleito patriarca sob o nome de Makāryūs III.
Cristo ocupa o centro da composição. O seu corpo parece suspenso no espaço: com o seu corpo ressuscitado, escapa às leis do mundo. Ele derruba as portas do Inferno, depois de as ter despedaçado. Está revestido de uma túnica branca, sob um “himation” (manto) dourado, e é circundado por uma mandorla (figura semelhante a uma amêndoa), composta por múltiplas cambiantes de azul atravessadas por raios de luz que emanam do corpo.
Ele agarra o pulso de Adão e o de Eva, que extrai vigorosamente das trevas da morte. A outra mão de Eva está coberta pelo seu “maphorion”, como sinal de reverência. Veste-se de vermelho, símbolo da carne e da humanidade, ela que é a mãe dos vivos. Adão e Eva estão sobre um rochedo que forma uma montanha.
De um lado e de outro de Cristo figuram dois grupos de personagens do Antigo Testamento. Atrás de Adão, na primeira fileira, figuram João Batista (“IW[ANNHC]), o precursor que mostra Cristo com as suas mãos, bem como os profetas Zacarias (“ZAXAPIA”) e Moisés (“MOYCIC”). Atrás de Eva estão, em primeiro plano, quatro reis do reino de Israel ricamente revestidos, que se entreolham e apontam também eles para Cristo ressuscitado. Entre eles distinguimos Davi e Salomão. Atrás deles figuram os profetas Daniel (“ΔΑΝΙΗΛ”) e Isaías (“HCAIA”), que profetizaram a vinda de Cristo.
Pregos e fechaduras cobrem o buraco nego dos Infernos, semelhante a uma caverna. Satanás surge, sob uma forma repugnante, emergindo de um fogo entre dois sarcófagos de pequenas dimensões. Sobre as montanhas comparecem os anjos Gabriel (“Γ”) e Miguel (“M”), tendo nas mãos os instrumentos da Paixão: o primeiro com a esponja e a lança, o segundo a cruz gloriosa.
Satanás é representado de perfil, com um busto, rodeado de chamas, e ergue a cabeça para olhar para Cristo; eleva igualmente as suas mãos para mostrar a sua derrota e a sua submissão a Cristo. A liturgia do Sábado Santo evoca esta derrota: «Hoje o Inferno chora, gemendo: o meu poder foi abolido, recebi uma morte semelhante à de todos os mortos (…); Ele ressuscita aqueles que durante séculos eu tinha cativos! Glorificamos, Senhor, a tua Cruz na tua santa Ressurreição».
Texto de Charbel Nassif. In Narthex. Trad.: Rui Jorge Martins. Publicado em 05.05.2019.
Disponível em: https://www.snpcultura.org/o_icone_bizantino_da_ressurreicao.html